O pequeno bretão
Henri Marie Le Boursicaud nasceu a 23 de Agosto de 1920 em Bézidalan, uma aldeia de 5 casas da comuna de Elven, na Bretanha, em França, numa família de pequenos agricultores.
A mãe, Marie-Anne d'Ars, bretã de coração e alma, era extremamente tradicional e alérgica a qualquer mudança.
O pai, Jean Le Boursicaud, era apologista do progresso e partilhava alguns trabalhos domésticos, o que era uma revolução naquele tempo.
Viveu com os seus quatro irmãos Emmanuel, Aimé, Jean e Thérése num ambiente familiar caloroso. A casa era um espaço de liberdade e viviam em atmosfera de segurança.
No casal, as tensões de tradicionalismo e modernidade, por vezes pesadas, eram a manifestação de uma vida intensa, de um amor indissolúvel. A vida deles afirmou-se também pela longevidade, ele com 93 anos e ela com 83.
Com 11 anos Henri entra no Seminário e aos 26 foi ordenado padre na Congregação dos Missionários Redentoristas.
Se estes poucos dados biográficos terão alguma importância na construção do seu carácter, o percurso de acção até aos seus 45 anos levam-no a alterações profundas na opção perante o mundo.
Com 45 anos torna-se padre operário, contrariando já nessa altura as orientações de Roma.
Aprende a profissão de carpinteiro e passa a viver com os portugueses emigrantes na zona leste de Paris, em Champigny e mais tarde habita no forte de Villiers durante 2 anos com 500 argelinos.
Pobre entre os mais pobres, como o Carpinteiro de Nazaré, por eles luta, com eles sonha. E sonha porque não acredita em fatalismos. "A miséria não é uma fatalidade".
“Um desgraçado deve ser sempre capaz de ajudar outro mais desgraçado do que ele”, alguém lhe disse um dia no percurso para escutar Abbé Pierre e não mais esqueceu.
“É precisar partilhar” foi o seu grito profundo e a sua vida foi inteiramente dedicada aos que mais sofrem.
Aos quarenta anos os seus amigos apelidavam-no de "buldozer", aos 50 de "profeta". Redentorista, companheiro de Emaús, hoje sente-se reconhecido como simples "semeador" da palavra de Deus, "semeador" da Esperança.
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ESte padre francês é uma figura exemplar da vivência cristã assumindo a vida entre os que mais sofrem como um destino de quem fez a escolha de emissário de Cristo.
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