segunda-feira, 31 de maio de 2010

Crime ou Mistério...

 
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Albino Luciani foi escolhido para suceder a Paulo VI. Saberia ele o que o esperava? Filho do operário Giovani, fazia as suas visitas pastorais como patriarca de Veneza, em bicicleta, e o seu sorriso valeu-lhe a imagem de um homem diferente.
Toda a gente sabia em Itália que a Igreja dos pobres fazia grandes investimentos e que tinha grandes rendimentos anuais.
O banco católico de Veneto Vitorio e de Marcinkus, o conhecimento de Sigona e do seu amigo Calvi, a loja Maçónica do Vaticano conhecida por P2, deverão estar por detrás de movimentações que aceleraram a dúvida sobre o desaparecimento muito precoce de João Paulo I.
Crime ou Mistério aponta as suspeitas com base em relatos curiosos que reforçam a tese de desaparecimento forçado do papa do sorriso.
Hoje dificilmente se encontra nas livrarias qualquer relato sobre a morte do papa que “governou” o Vaticano apenas durante 33 dias e este livro vem preencher esse vazio, prefaciado por dois bispos, numa edição em língua francesa que passou a estar disponível no quarto trimestre de 2008.

a indomável força de viver...

 
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Simples testemunho de vida ou Testamento Espiritual de Henri le Boursicaud?
Como ele diz, "escrevo as lembranças íntimas da minha vida, com o desejo sincero de transmitir aos leitores um pouco mais de esperança e de gosto pela vida, reforçando as suas energias interiores".
Pobre entre os mais pobres, como o Carpinteiro de Nazaré, por eles luta, com eles sonha. E sonha porque não acredita em fatalismos. "A miséria não é uma fatalidade".
Obra dos homens, a miséria humana tem de ser banida da face da terra. Deus colocou nas nossas mãos a Liberdade para que a usemos em favor de todos os homens, sobretudo dos mais desprotegidos. Por isso, com Gandhi, com Luther King, com Óscar Romero, com tantos outros mártires da Libertação, Henri le Boursicaud exclama: "Enquanto não tiver dado a minha vida, não poderei afirmar que os meus sonhos não se podem tornar realidade".
Perguntaram-lhe um dia: "Porque é que não fica sossegado, tranquilo, no seu quarto"?Ele respondeu:"É-me impossível. Não posso cruzar os braços perante tanta miséria e sofrimento".
 
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...na apresentação do seu livro em Fortaleza.

domingo, 30 de maio de 2010

Paris-Roma a pé, aos 75 anos

 
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Esta é a edição mais recente deste título traduzido já em vários idiomas. Publicado em Agosto do ano passado em Fortaleza, no Brasil, este livro pretendeu também homenagear os 89 anos de vida do autor.

“Não podendo suportar por mais tempo as incoerências do Vaticano e da Igreja-Instituição, decidi fazer a caminhada de Paris-Roma, a pé, indo até ao limite das minhas energias físicas e morais, para gritar a minha verdade a favor de um templo e de uma religião sem hipocrisia, de uma religião coerente, para enfrentar sem medo e sem arrogância os responsáveis da minha Igreja, para bater à porta do coração de João Paulo II e interpelá-lo sobre questões vitais para os cristãos de hoje”.

Donde veio tanta energia para fazer um tão longo percurso, sempre por estradas nacionais e sempre a pé? 97 dias de marcha, de 18 de Junho a 23 de Setembro de 1995 não foi promessa nem peregrinação. Foi o acto livre de um velho padre e como ele gosta de dizer: levar uma prenda de 5 livros bem escolhidos de Bernard Haring para oferecer a João Paulo II .

Como lhe diria Bernard Haring sobre esta viagem: “Que audácia. A audácia de Paulo perante Pedro. É o testemunho de um redentorista autêntico. Este será um documento histórico.”

A OBRA EDITORIAL...

 

Henri Le Boursicaud tem uma vasta obra editorial publicada em várias línguas e em Portugal a Editorial Perpétuo Socorro divulgou os seus textos com várias edições dos seus títulos.
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com os jovens...onde se sente tão bem!
 

na Casa do padre Bernardino...
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ENTRE NÓS...

 
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sábado, 29 de maio de 2010

entrevista ao Semanário "Sol"

 
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O padre operário

Por Paula Cardoso

Aos 75 anos foi de Paris a Roma a pé. Com 84 plantou bananeiras nos Camarões. Nas idas e vindas, o padre francês Henri Le Boursicaud recebeu uma medalha do Presidente Jacques Chirac, mais tarde devolvida em sinal de protesto. Tem 86 anos e está de visita a Portugal


Um ano depois da primeira viagem aos Camarões, Henri Le Boursicaud decidiu regressar àquele país africano e morrer na floresta entre os «amigos pigmeus». Por isso, em 2004, percorreu mais de mil quilómetros de mato, desenrascando comida e improvisando abrigo pelo caminho. Só depois percebeu que, afinal, não tinha esgotado o tempo das suas missões pelo mundo.Na mesma floresta onde, com 84 anos, quis esperar a morte, Henri espera agora colher os frutos das bananeiras, cacaueiros e palmeiras que ajudou a plantar nessa viagem. «Mas só em 2009», contou-lhe, por carta um amigo camaronês. Até lá, inquieta-se o francês, «a sobrevivência de um povo com milhares de anos permanece em perigo», ameaçada pela destruição das florestas. Para que «esse crime» não aconteça Henri escreveu Pigmeu entre os Pigmeus, obra que o faz correr, desde Maio, dezenas de paróquias portuguesas. Sobretudo no Porto, onde foi recebido pelo padre e amigo Bernardino Queirós, responsável pela comunidade de acolhimento Tenda do Encontro. Ali, o francês repete a sua fé de vida, no convívio diário com as crianças: «Seguir até ao fim». Mas é ao ventre materno, que Henri vai buscar explicações para a vocação peregrina. «Fui influenciado por um sermão de missionários que a minha mãe ouviu durante a gravidez», acredita o pároco. Por isso faz questão de contar a idade pelos «86 anos e nove meses». Sem esquecer que se lançou numa «missão de amizade entre povos», a partir da «consciência da situação dos emigrantes portugueses» da França de 1966.
Português autodidacta-
«Seis mil pessoas viviam com três torneiras de água, sem luz nem recolha de lixo. Não podia ficar parado», recorda. O cenário precário precipitou a primeira viagem do padre a Portugal ainda nesse ano da década de 60. Chegou com 45 anos decidido a aprender a língua desses emigrantes e, dessa forma, ajudar a melhorar as condições de vida da comunidade lusa em Champigny, nos arredores de Paris. «Rodeei-me de livros das oito da manhã até à meia-noite, durante três meses», conta. No regresso à capital francesa, Henri estreou-se na comunicação em português e no ofício de carpinteiro, indispensável à criação de infra-estruturas básicas ao dia-a-dia dos emigrantes. Mais tarde, não sabe bem quando por desvalorizar «essas coisas», as autoridades francesas baptizaram com o seu nome uma das avenidas da região parisiense. Depois, foi condecorado pelo Presidente gaulês, Jacques Chirac, mas acabaria por devolver a medalha «zangado com os negócios» da sua República.«A resistência iraniana em França», acusa Henri, «é perseguida por causa dos milhões do petróleo» transaccionados em troca da «venda de carros Peugeot» a Teerão. A ‘trama’, que o padre recorda exaltado com os «hipócritas» da política, remete as suas memórias para o Iraque, onde em 2004 fez o primeiro contacto com a resistência iraniana. «Vivi com eles durante dias e sei que não fariam mal a uma mosca. Mas a própria Organização das Nações Unidas (ONU) insiste em chamar-lhes terroristas».Para desfazer «tal mentira», Henri planeia um encontro na ONU, ainda sem data marcada.
Imagem que vale 17 mil dólares-
Foi, de resto, num impulso que, há pouco tempo, chegou à porta do edifício da UNESCO, em Paris, e conseguiu arrancar uma conversa com o vice-presidente. «Como não levava gravata não me queriam deixar entrar. Mas quando mostrei a fotografia que carregava comigo deram-me logo passagem». No retrato, o dirigente daquela organização faz pose ao lado de um prefeito do Brasil, que Henri conheceu numa das suas viagens. O contacto brasileiro valeu-lhe o acesso ao gabinete do vice-presidente da UNESCO e a oportunidade de expor as suas angústias em relação aos milhares de crianças de rua do Congo. «Sei que após a minha passagem estudaram a situação e concordaram em ajudar com 17 mil dólares». Foi mais ou menos essa quantia de 13.300 euros que o francês desembolsou nas plantações de bananeiras, palmeiras e cacaueiros nos Camarões. É um pouco mais do que isso que o padre conta distribuir pelos pobres, depois de concluída a campanha portuguesa. Destinatários não lhe faltam: em quatro décadas de missões, Henri cruzou continentes, entre viagens à Irlanda do Norte, República Checa, Benim ou Bulgária. Ganhou barbas no Haiti – à falta de lâminas e de água – , perdeu quilos nas favelas brasileiras e, aos 75 anos, fez a ligação Paris-Roma a pé, em 97 dias. Quis levar ao Papa João Paulo II o seu protesto contra o afastamento de um colega «demasiado incómodo» para as mentes ‘vaticanizadas’.«O único pecado do bispo Jacques Gaillot foi defender os pobres», revolta-se Henri. «Por isso fui a Roma dizer: ‘Isso não se faz’». Repetiu-o perante as câmaras de televisão e os microfones das rádios, mas não conseguiu fazê-lo diante do Papa, na altura em viagem pelos Estados Unidos. A mensagem seguiu até ao Vaticano por escrito, e é também por papel que lhe chegam, regularmente, notícias das comunidades Emaús que ajudou a fundar «para combater as causas da miséria». Só no Brasil, somam uma dúzia. Em França, Henri chegou a viver seis meses numa dessas ‘irmandades’, convidado pelo precursor do movimento, Abbé (abade) Pierre. Acabaria por sair desencantado «com o amor ao dinheiro de alguns companheiros», fundando, ao lado de um alcoólico, uma comunidade à sua maneira. «Precisaria de pelo menos um dia para descrevê-las». Para expor a sua colecção de experiências, Henri Le Boursicaud calcula precisar de mais de 200 páginas, reunidas na obra "Testemunhar é falar de mim e d’ Ele". «Pronta a sair quando aparecer alguém disposto a publicá-la».
Sobre ele, o padre e amigo Bernardino diz: «Como as árvores, acha-se na obrigação de morrer de pé».
Divino Vagabundo-
A PIDE colocou-lhe o rótulo de padre operário. Houve quem o tivesse chamado falso padre. E a sua vocação missionária rendeu-lhe mesmo a alcunha de vagabundo do bom Deus. Para o pároco Bernardino Queirós, Henri Le Boursicaud é «um aventureiro da esperança», retrato com o qual Francisco Assis, companheiro de rondas paroquiais, concorda.Filho de um humilde camponês, numa família com cinco irmãos, Boursicaud entrou aos 11 anos para o seminário e, aos 26, foi ordenado sacerdote na Congregação dos Missionários Redentoristas, em França. Aos 86 anos define-se como um cidadão do mundo, com raízes bretãs».
paula.cardoso@sol.pt
 

no programa de Fátima Lopes na televisão portuguesa...
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